LOUSINHAARQUITECTOS
LOUSINHAARQUITECTOS
A casa fecha-se a norte, mostra-se reservada a nascente onde timidamente procura a luz, aquece-se a sul e procura a linha do horizonte, para se espraiar, abrindo-se claramente a poente.
casa do pisco
cliente/client
Pedro Lúcio
localização/location
Águeda
projecto/design
2003-2004
construção/construction
2006-2009
arquitectura/architecture
Paulo Lousinha
colaboradores/team
Henrique Cunha, José Miguel Figueiredo, Marco Capela
área/area
397 m2
estado/state
construída/constructed
O edifício implanta-se no extremo nascente de uma encosta voltada a poente, num terreno rectangular, com aproximadamente 35x125 m2.
A casa é uma construção em duas alturas, com apenas um piso acima da cota do arruamento de acesso. Está ancorado ao terreno, de forma a respeitar o declive natural da encosta, a qual influenciou o desenho da proposta: dois volumes independentes, ligados por duas galerias de comunicação, criam três pátios - todos com características diferenciadas – seguem o perfil natural da vertente. Uma modelação 6x6 m2 está na base da implantação, feita paralelamente às curvas de nível. Toda a construção se autonomiza dos limites físicos da propriedade, permitindo sempre o percurso no seu perímetro.
O volume nascente, de dois pisos, acolhe a entrada, feita por escada de tiro que desce desde a cota da rua (75,00 m). À cota da entrada (71,70 m), neste primeiro corpo, podemos distinguir três funções: a de serviço, com garagem para dois automóveis, arrumos e tratamento de roupa; a de lazer, com um alpendre coberto associado ao pátio central, para as crianças brincarem livremente nos dias invernosos;
e a de acolhimento, com a dotação de uma suite capaz de albergar os convidados eventuais da família. De referir, a este nível, o pátio inglês de apoio à zona de tratamento de roupa e arrumos. Este cria condições de iluminação e ventilação natural dos dois compartimentos de serviços, enriquecendo a sua vivência e funcionalidade. Uma rampa a norte, assegura o acesso automóvel, conduzindo à garagem, aberta para um pátio de serviço. O piso superior, sensivelmente à cota do arruamento (74,80 m), é a área mais privada da habitação, pois acolhe os quartos (três), uma pequena sala de estudo e necessárias instalações sanitárias. Uma pequena varanda interior, serve a suite e a instalação sanitária comum, ao mesmo tempo que ilumina a escada interior de ligação entre pisos. Toda a planta do piso inferior está recuada 30 cm em relação ao piso dos quartos, criando a sensação de que este paira sobre o vazio.
O volume poente, de apenas um piso, explora o conceito de planta livre, e assume claramente a função social da casa, com a sala comum a ocupar a área mais significativa desta planta. Num dos extremos, o norte, a cozinha, separada da sala por um corpo solto onde se localiza uma pequena instalação sanitária de apoio e uma despensa.
Duas portas de correr, permitem fechar ou abrir a cozinha com o resto do piso. No extremo oposto, um escritório que ocasionalmente pode prolongar a sala. Um grande lanternim sobre a mesa de trabalho, garante boas condições de iluminação natural do espaço. Também aqui, duas portas de correr marcam ou não o limite entre a sala e o escritório, escondendo-se numa parede que acolhe o fogão de sala. Este segundo volume, de forma rectangular – tal como o primeiro - explora a relação com os três pátios a nascente: a cozinha abre-se para o pátio de serviço; a sala para o pátio central onde uma árvore cria a relação de escalas; e o escritório para um pátio voltado a sul. Todo o corpo se apoia numa plataforma a poente, onde um estrado de madeira cria um prolongamento natural da sala, quebrando a relação interior/exterior.
Os corredores de ligação, completamente envidraçados a sul, servem de acumuladores de energia, tirando partido do aquecimento natural proporcionado pela luz solar.
Três materiais, de diferentes texturas, serão empregues no revestimento da casa: betão armado aparente, reboco branco e madeira escura. O betão armado aparente, irá marcar a área de serviços, ao nível do piso térreo. O reboco (sobre isolamento térmico) será dominante, marcando as “caixas”: do volume dos quartos, e da “mesa” que cobre a área social da casa. A madeira assinala a zona do quarto do nível térreo, bem como todos os planos de vão a poente e nascente. Nos arranjos exteriores será empregue o cubo do granito amarelo 5x5 cm2, o estrados de madeira e o betão aparente nas escadas de acesso. De referir, que todos estes pavimento exteriores irão ser aplicados de forma a garantir a permeabilidade do solo. Quanto às restante área de arranjos exteriores, será criada uma espécie de prado natural, capaz de dispensar uma manutenção muito cuidada.
projectos
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© 2011 Lousinha Arquitectos, Lda | última actualização: 29 de Dezembro de 2013