A obra dos Aprestos de Pesca da Afurada, integrada no programa POLIS de Gaia, foi seleccionada para a exposição “AMP/AML XXI”, a decorrer na Trienal Internacional de Arquitectura de Lisboa 2007. O trabalho, ainda em fase de construção, vai estar presente no espaço expositivo da CÂMARA MUNICIPAL DE VILA NOVA DE GAIA, na Cordoaria Nacional, pelo período compreendido entre o dia 14 de Junho e 31 de Julho de 2007.
Os aprestos estão divididos em cinco conjuntos, respeitando uma modelação de múltiplos de 2 metros: perpendicularmente ao rio, 3 conjuntos de 32x8 m2; paralelamente ao rio, 1 conjuntos de 24x2 m2 e outro de 24x4 m2. A solução encontrada, dá resposta a um levantamento de necessidades previstas pelos pescadores, criando uma oferta total de 44 arrumos, com a seguinte quantificação: 16 arrumos de 2x2 m2; 6 arrumos de 4x2 m2; 2 arrumos de 4x4 m2; 16 arrumos de 8x4 m2 e 4 de 8x8 m2. A solução prevê ainda 1 conjuntos perpendicular ao rio, a montante, de 32x8 m2 como área de futura expansão. Os conjuntos “falam” a mesma linguagem arquitectónica, deixando espaço à desejada apropriação pelos seus destinatários, os pescadores. Cada bloco de aprestos deixa ler a sua estrutura em perfis de ferro, sugerindo que as caixas de madeira e policarbonato foram colocadas como gavetas. A textura matizada destas caixas vive da combinação de 2 materiais, madeira e policarbonato, que expressam respectivamente as funções de abrigo e iluminação natural. Esta pele, nunca reproduz um padrão, contrariando assim a repetição formal do conjunto. A cobertura foi encarada como uma “quinta” fachada. Aqui, na cobertura, voltamos a utilizar dois materiais, o zinco e o policarbonato, que novamente respeitam as funções de abrigo e iluminação natural. Esta escolha de materiais apresenta ainda a vantagem de utilizarmos um sistema construtivo de “junta seca”, isto é, sem a utilização de argamassas. A estrutura resistente de ferro será executada em oficina e montada em obra. Os painéis de revestimento de fachada serão igualmente ser realizados em carpintaria, chegando ao estaleiro de obra prontos a montar. A mesma filosofia é valida para a cobertura. Uma última referência para as portas de acesso aos aprestos. Para os arrumos mais pequenos, a solução adoptada é a da tradicional porta de batente com dobradiças na ilharga vertical. Os restantes arrumos serão servidos por uma porta basculante de projecção para o exterior, em duas folhas. Uma folha garantirá a necessária rampa para vencer o desnível de 15 cm; outra para além da natural abertura de acesso, irá funcionar como uma pala de protecção solar, aumentando a zona de abrigo e a vivência do espaço de trabalho.
trienal internacional de arquitectura
14 de Março de 2007
© Lousinha Arquitectos, Lda | última actualização: Terça-feira, 24 de Setembro de 2013