Projectado para receber o Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM), o desenho foi condicionado pelas regras impostas pelo loteamento onde se insere, tanto na implantação como na cércea. Mas porque o IPAM não ocupa a totalidade da área construída, foi necessário autonomizar usos - escola e escritórios - tendo cada um acessos e comunicações verticais independentes.
O projecto desenvolve-se na antiga zona industrial do Porto, actualmente num processo de regeneração, com a desafectação do solo para outras actividades em substituição da anterior função industrial. O plano de ordenamento do território classifica o solo como zona de “(...) progressiva instalação de empresas representativas das diferentes áreas de negócio e as que desenvolvam a investigação e inovação de excelência, de forma a promover a competitividade da cidade e o seu papel na região, bem como usos complementares, designadamente habitação, serviços, comércio, equipamentos e estabelecimentos hoteleiros, empreendimentos turísticos e de restauração e bebidas e de restauração e bebidas.”
Fazendo parte deste processo de regeneração, o edifício está implantado perpendicularmente à Rua Manuel Pinto de Azevedo.
Porque incluído numa parcela objecto de operação de loteamento, a implantação respeita o plano. A fachada sudoeste define uma nova praça aberta para a Rua Manuel Pinto de Azevedo. Procura o diálogo com este espaço público, desenhando uma frente marcada pela relação das entradas e lojas com esta “praça”. Esta ideia é reforçada pelo facto de o edifício se fechar na pequena frente de rua.
2007/2011
Finivalor
Empril
Paulo Lousinha com José Miguel Figueiredo, Marco Capela e Bruno Vieira
9913 m2
Luís Ferreira Alves
* Obra seleccionada para a Habitar Portugal 09/11; finalista do prémio “Building of the Year 2012” ArchDaily
Formalmente contido, o volume construído quer afirmar dois momentos: o contacto com o solo, muito transparente, em vidro, onde todos os planos opacos são revestidos a chapa de ferro; e a relação com a linha do horizonte mais opaca, onde a alternância das aberturas dos vãos introduz tensão no desenho dos alçados. Estes pisos superiores serão revestidos com reboco delgado aplicado sobre isolamento térmico. Ao serem protegidos por telas exteriores na cor do reboco, os vãos contribuem nestes pisos para uma relação dinâmica da fachada, que assim poderá ter múltiplas combinações. Estes materiais, ferro e reboco delgado de a cor escura, aludem ao passado industrial da zona. A referência ao caracter de passado industrial do lugar esteve sempre presente nas nossas opções de desenho e materialidade do edifício.